A Cinomose é uma doença muito grave, que pode atingir cachorros de todas as idades. Por isso, saber se a cinomose tem cura e quais são os sintomas é a preocupação de muitos tutores de cães.
Não é por menos, já que essa é uma doença frequentemente fatal, que apresenta taxa de mortalidade de 50% em cães adultos e 80% em filhotes, segundo publicação da Cornell University, de Nova York. Além disso, a cinomose tem cura, sim, mas ainda que seja tratada pode deixar sequelas graves no seu cãozinho.
Pensando nisso, preparamos este guia completo com todas as informações sobre esta doença canina: como prevenir, quais os sintomas da cinomose, qual o tratamento, exames que seu pet precisará fazer, remédios e o que fazer para amenizar a sua dor!
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O que é cinomose?
Cinomose é uma doença viral muito grave, que afeta sobretudo os cachorros** filhotes que ainda não completaram o esquema vacinal e cães idosos** com imunidade baixa.
Mas, também pode acometer animais em outras idades que não tomarem o reforço anual da vacina polivalente (V8, V10, V11 ou V12).
Também chamada de CDV (Vírus da Cinomose Canina, traduzido do inglês), é causada por um vírus da família Paramyxovirus e do gênero Morbilivírus, próximo ao vírus do sarampo humano.
Ela ataca os sistemas nervoso central, gastrointestinal e respiratório, trazendo sintomas mais leves, como bolinhas na pele, até alterações neurológicas graves. Se o estado de saúde está muito debilitado, pode levar a óbito.
Ela é a segunda doença infecciosa que mais mata cachorros no mundo, atrás apenas da Raiva Canina. Segundo estudo realizado por veterinário da Universidade Federal de Minas Gerais, a cinomose é a causa de 11% das mortes de cachorros no Brasil, um percentual bastante alto para uma doença que já tem vacina.
Apesar de altamente contagiosa para os cachorros, não é transmitida para outros animais domésticos — como gatos e roedores, por exemplo — e nem a seres humanos.
Entenda também sobre a Raiva Canina.
Por que a cinomose é perigosa?
A cinomose é perigosa por ser uma doença que pode levar à morte ou provocar sequelas graves e permanentes aos animais. Por esse motivo, é preciso ficar bem informado e tomar todos os cuidados, que você verá a seguir.
As sequelas se devem ao fato do vírus da cinomose causar uma infecção gravíssima no sistema nervoso central, a encefalite. Nesse momento, ocorre um processo conhecido como desmielinização, no qual ocorre a destruição da bainha de mielina, que tem uma função muito semelhante a um isolamento que encapa um fio elétrico.
Quando a bainha de mielina é saudável, os sinais nervosos são transmitidos (enviados e recebidos) rapidamente. Do contrário, todo sistema nervoso pode entrar em curto, dando origem às sequelas da cinomose.
Como se pega a cinomose?
Como falamos, essa é uma doença altamente contagiosa e são muitas as formas de transmissão, o que torna a doença tão preocupante.
As principais maneiras de contrair o vírus é pelo ar e contato com animais e objetos infectados.
Cães já infectados eliminam o vírus da cinomose canina pela urina e outras secreções do corpo, como as fezes e remelas.
Este é um vírus bastante resistente e pode sobreviver até 90 dias no ambiente ou por até 30 dias se o clima for quente e úmido. É por isso mais comum no inverno e em locais com clima mais ameno.
Desta forma, ao ser eliminado, o vírus entra em contato com o animal e causa a infecção. Por causa disso, além do isolamento do cão infectado — quando já diagnosticado — não se deve compartilhar brinquedos e recipientes utilizados para ração e água.
A cinomose também pode se manifestar em animais selvagens, como raposas, guaxinins e furões. Por esse motivo, é importante evitar o contato do seu cãozinho com esses animais, caso você more em uma região de mata ou leve-o a trilhas e passeios na natureza.
A boa notícia, ainda que não suficiente, é que o vírus pode ser eliminado do ambiente com uma limpeza com desinfetante.
Fato importante: não leve seu cãozinho para passear ou circular por clínicas veterinárias caso ainda não tenha sido totalmente vacinado. Vamos falar melhor sobre a imunização mais à frente.
Cinomose sintomas: quais sinais clínicos meu cão apresentará?
Os sintomas da cinomose são muito diversos e comuns a outras doenças, o que pode dificultar que você a identifique sem a ajuda de um médico-veterinário.
De acordo com artigo da veterinária Andrea Tipold, da Universidade de Medicina Veterinária de Hannover, 25 a 75% dos cães podem ser assintomáticos e isso torna ainda mais difícil combater a doença.
Isso porque, se os sintomas não se manifestam, o cachorro pode transmitir o vírus sem que você saiba, adoecendo outros animais.
Muitas vezes, os sintomas iniciais da cinomose são confundidos como sinais de uma infecção respiratória com tosse, corrimentos nasal e ocular.
Sempre que atendemos um cão que não tenha terminado de tomar todas as doses de vacinas necessárias para proteção ou que esteja com as doses atrasadas, e que apresente sintomas como tosse, secreção purulenta nasal e/ou ocular, já é suficiente para servir de alerta para a possibilidade de estarmos de frente a mais um caso de cinomose canina.
Trata-se, portanto, de uma doença muito grave, que degenera a bainha de mielina, já que o vírus se replica pelas células do sistema nervoso central e do sangue. Os sintomas de cinomose, com isso, podem ocorrer de maneira progressiva, em diferentes fases:
Fase inicial
Quais são os primeiros sintomas da cinomose?
Ao ser infectado pelo vírus da cinomose, o cachorro pode apresentar, inicialmente e ao longo do período que estiver doente:
Sintomas respiratórios
Secreção nasal e/ou ocular amareladas (muitas remelas no olho)
Tosse seca ou com secreção
Espirros
Dificuldade de respirar
Febre aguda de 39,5°C a 41ºC, em média
Pneumonia
Sintomas gastrointestinais
Diarreia, que é o sintoma digestivo mais comum
Diarreia com sangue nas fezes
Vômitos
Dor abdominal
Falta de apetite e prostração
Sintomas cutâneos e oculares
Hiperqueratose nos coxins (as “almofadinhas” das patas se tornam mais espessas e ásperas) e nos focinhos
Pústulas abdominais (bolinhas na região sem pelos da barriga)
Conjuntivite
Lesões na retina.
Fase tardia
Em 1 a 3 semanas após a recuperação da doença sistêmica, o cão pode apresentar sintomas neurológicos, como:
Tremores no corpo
Crises convulsivas
Falta de coordenação motora e não conseguir ficar em pé
Espasmos e contrações musculares involuntárias (mioclonias)
Paralisia, quando há a perda de movimentos total ou parcial
Vocalizações, que são uivos, choro e gritos.
Existem cães que, infelizmente, têm morte súbita em 2 a 3 dias quando chegam à fase tardia e não é possível prever essa piora.
A fase neurológica da doença é, na maioria das vezes, a fase mais fatal da doença, seja por causar de forma direta a morte do animal, seja de forma indireta, através da indicação de eutanásia.
Por isso, mesmo o animal que já não tenha mais a infecção pelo vírus, mas tenha passado pela fase neurológica da cinomose, pode ainda apresentar lesões irreversíveis.
Quais são as sequelas da Cinomose?
As sequelas que ficam permanentemente mesmo depois de curada a doença podem variar de grau leve a grave. Dentre elas, as sequelas mais comuns são:
Perda da cognição, quando o cachorro não entende os comandos que você diz ou tem alterações de comportamento
Alterações de equilíbrio e locomoção
Mioclonias (tiques nervosos)
Paralisia
Paraplegia
Tetraplegia
Convulsões.
Muitas dessas sequelas são consideradas irreversíveis, mas atualmente, têm sido tratadas sintomaticamente quando o estágio não é extremamente avançado. Com isso, podemos ter resultados animadores e excluir a até a indicação de eutanásia".
Isso significa que os sintomas podem ser tratados e seu cão pode ter uma vida com melhor qualidade.
É importante lembrar que nem todos os animais infectados vão apresentar os sintomas acima e passar por todas as fases.
Como é feito o diagnóstico?
Saber se o seu cachorro tem cinomose pode ser difícil, já que, como você pôde ver, os sintomas são parecidos com os sinais de outras doenças.
Para saber se seu pet contraiu a cinomose canina, é necessário levá-lo ao médico-veterinário. O profissional irá realizar uma série de exames, como:
Hemograma: no exame de sangue, o veterinário irá observar a diminuição da imunidade do seu cão, avaliando a replicação do vírus no sistema linfático
Reação em Cadeia da Polimerase (PCR): exame usado para detectar rapidamente doenças infecciosas e genéticas. Aquele mesmo que ficou conhecido por detectar a presença do coronavírus durante a pandemia de Covid-19
ELISA: teste imunoenzimático que identifica anticorpos específicos
Além de testes clínicos e uma conversa com você – ou o tutor responsável pelo animal para avaliar os sintomas que o cão possui.
Tem cura para a cinomose?
E, afinal, a cinomose tem cura? Quanto tempo para recuperação da cinomose?
Infelizmente, não existe um tratamento específico ou remédio para cinomose que seja eficaz no combate ao vírus, o que torna a doença com baixíssima porcentagem de cura.
Mesmo que não tenha um tratamento específico, a Cinomose pode ter CURA! Recomendo sempre que seja procurado ajuda de um médico-veterinário com experiência em tratar animais com cinomose o mais rápido possível.
Muitos casos são realmente desafiadores e necessitam muito mais que um tratamento sintomático (tratamento dos sintomas) para que animal consiga debelar a infecção do vírus. Sempre digo aos tutores de meus pacientes que a cinomose é uma doença muito grave, mas não é impossível de ser vencida.
Teremos dias bons e ruins, como uma montanha-russa, teremos emoção a todo o momento e saber dar apoio emocional ao tutor também faz parte de todo processo de tratamento, reabilitação e cura desse animal.
Como será esse tratamento para Cinomose?
Portanto, ao ser diagnosticado, geralmente o seu pet passará por um tratamento para minimizar os sintomas e outras infecções e ainda fortalecer sua imunidade para que o próprio corpo consiga eliminar o vírus.
Neste caso, o veterinário poderá receitar diversos medicamentos, de acordo com o estado do seu animal, como:
Antibióticos
Soros para evitar a desidratação pela diarreia
Expectorantes para a tosse
Anticonvulsivantes
Antitérmicos para a febre
E pomadas e cremes para os sintomas na pele.
Mesmo se o cachorro não portar mais o vírus, ele pode ter sequelas por toda a vida. Nestes casos, recomendam-se tratamentos alternativos, como a acupuntura, e suplementos nutricionais para aumentar a imunidade.
Também é muito importante cuidar da alimentação do cachorro, para que ele receba todas as vitaminas e nutrientes necessários para um sistema imunológico fortalecido.
Veja quais as melhores rações para cachorro.
Qual a chance de um cachorro com cinomose sobreviver?
As chances de sobrevivência são baixas, cerca de 15%, mas são reais.
Caso o seu cachorro seja diagnosticado com o vírus, não se desespere. Siga corretamente as indicações do veterinário e procure oferecer a melhor qualidade de vida para o seu pet. As chances são baixas, mas, como falamos, não é impossível vencer a doença.
Além disso, lembre-se de tomar alguns cuidados:
Evitar o contato do seu pet com outros animais para evitar uma maior propagação do vírus
Lavar seus sapatos e roupas depois de ter contato com o cão. Embora a doença não afete humanos, você pode carregar o vírus
Limpar constantemente o ambiente que seu pet fica
Cinomose: como limpar o ambiente?
Para evitar a contaminação do seu cão pelo vírus da Cinomose, é importante não compartilhar os objetos com outros cachorros e higienizar sempre o ambiente que ele vive.
O vírus pode ser eliminado com uma solução diluída de formol, com enol, solvente lipídico ou amônia quaternária. Todos esses produtos podem ser encontrados em pet shops.
Faça uma limpeza regularmente e o vírus pode ser combatido. Ele também não sobrevive a temperaturas de 60 °C ou mais.
Cinomose vacina: como prevenir?
Agora que você já sabe que a resposta para a questão se a cinomose tem cura e entende a gravidade da doença, a melhor maneira de proteger o seu melhor amigo é a vacina.
A vacina contra Cinomose é a polivalente, sendo a vacina V8 e V10 mais comuns e conhecidas pelos tutores de cães. Ela protege contra outras doenças infecciosas graves, como a Parvovirose, Leptospirose e Hepatite Infecciosa Canina. Veja aqui tudo sobre a vacina V10.
Ao consultar o veterinário, seu cão terá um calendário de vacinas contra a cinomose. A imunização deve acontecer logo no início da vida do cão, com 6 a 8 semanas, quando é dada a primeira dose.
Depois, a cada três a quatro semanas, ele deve receber mais uma dose, até que complete 16 semanas (4 meses).
Lembre-se de fazer o reforço da vacina anualmente, com as doses da vacina múltipla (V8, V10 ou V11) e de sempre de levar o seu cão a uma clínica de confiança.
Conclusão
A cinomose é uma doença altamente contagiosa, que ataca o sistema nervoso central, sistema respiratório e gastrointestinal dos cães, causando diversos sintomas.
Os cachorros filhotes, idosos e com imunidade baixa são os mais suscetíveis.
É uma doença muito grave e bastante contagiosa, causada por um vírus, que é transmitido por secreções e excreções de um cão contaminado. Apesar de ter um alto índice de mortalidade, já existe vacina contra a Cinomose – a vacina V8, V10, V11 ou V12 – e há como tratar os sintomas e tentar fortalecer o corpo para eliminar o vírus.
Não há um tratamento para cura da cinomose, mas é possível, sim, que o pet sobreviva. Existem casos que deixam sequelas neurológicas, fazendo com que o cachorro chore bastante, fique mais prostrado, tenha convulsões, perca o equilíbrio, tenha dificuldade de andar e outros.
Mas cada caso é um caso e é extremamente importante que o veterinário acompanhe seu pet desde o começo para dar a ele o tratamento customizado.
Logo que seu cãozinho fizer 45 dias de vida, leve-o para tomar a vacina e complete as 3 doses a cada 21 a 30 dias. Depois, todos os anos ele precisará tomar uma dose de reforço. Ajude a acabar com essa doença que mata tantos bichinhos pelo mundo!
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